Historicamente, a Odontologia de forma cíclica promove avanços científicos tão importantes que geram bolhas de consumo em todos os segmentos ligados à nossa profissão. O grande problema é que nós, cirurgiões dentistas, da mesma forma que clamamos por mudanças, destruímos a grande maioria das possibilidades estratégicas de valorizar a nossa profissão, com a simples prática insalubre da falta de planejamento.
A ortodontia sendo regulamentada foi classificada por muitos como um grande salto qualitativo da profissão, que certamente agregaria o salto quantitativo do faturamento por parte do profissional capacitado. A própria explosão da demanda, com conseqüente explosão de cursos de capacitação, atualização e especialização, alguns de baixa qualidade, proporcionou a extrema “simplificação da técnica” e as conseqüências todos nós conhecemos para a grande maioria. Hoje a Ortodontia anunciada como “gratuita” além de ir contra o código de ética profissional, promove uma limitação técnica ao paciente e ao profissional, mudando inclusive o perfil de consumo deste segmento.
A implantodontia veio como a terceira dentição. Hoje agregado a esta técnica já criou-se a diferença entre o joio e o trigo que se chama reparação tecidual com microcirurgia plástica periodontal. Em um curto espaço de tempo, a banalização dos cursos está sendo revista, em função da relação oferta e procura, pela imersão científica na busca da qualidade. Proporcionalmente hoje temos uma grande porcentagem de implantodontistas voltando aos bancos escolares na busca da excelência
A odontologia estética, dentro das disciplinas odontológicas, é a que proporciona mais fácil acesso aos profissionais de Odontologia, pelo fato de ser aquela que oferece maior carga horária durante a graduação. Esta característica da especialidade permite com que todos os profissionais devidamente graduados estejam aptos do ponto de vista acadêmico a praticar todos os tipos de tratamento dentro deste segmento.
Neste momento, o que estamos verificando com muita preocupação é a comercialização de moldeiras para clareamento. Alguns profissionais garantem o baixo faturamento na confecção dos dispositivos e permitem com que os próprios pacientes adquiram o gel clareador sem a devida orientação o que gera um prognóstico desfavorável e a insatisfação do cliente em relação ao profissional e ao procedimento.
O ideal seria a conscientização do profissional em assegurar a qualidade do seu tratamento, valorizando a credibilidade que o cliente busca em cada um de nós ao depositar seus anseios e expectativas na capacidade clínica e científica de cada profissional.
Técnicas de office-bleach e power-bleach devem fazer parte do rol de procedimentos daqueles que abraçam a odontologia estética e diferenciam-se na qualidade buscando o segmento que todos querem trabalhar mas poucos planejam: O cliente que gosta e valoriza o que é bem executado.
Dr. Marcelo Rodrigues Alves - Especialista em Dentística Restauradora
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