quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O pré-natal no dentista

Profissional deve orientar futura mamar a adquirir hábitos corretos para si própria e para o desenvolvimento da vida do bebê

Ao decidir ter um bebê,a mulher deve conversar com seu dentista para realizar todos os tratamentos dentários necessários – precaução que evita possíveis contratempos durante a gestação. Mais do que isso, o dentista deve orientá-la a adquirir hábitos saudáveis para si própria e para o desenvolvimento da vida que vai se iniciar, esclarecendo sobre as alterações fisiológicas decorrentes da gestação.
Isso é o que se chama tratamento odontológico pré-gestacional. Porém, se o novo integrante da família chegou “sem avisar”, também há tempo e condições de fazer um tratamento odontológico antes do nascimento. O período mais indicado é entre o quarto e o sexto mês, momento de maior estabilidade da gestação, propício ao Pré-natal Odontológico.
Não é verdade que na gestação os dentes enfraquecem. A gravidez não provoca cáries nem transfere o cálcio dos dentes da mãe para o bebê.
O aumento de cáries só acontece se a gestante abusar do açúcar e negligenciar a higiene bucal.
Ter uma boca saudável durante a gravidez não exige nada além de bons hábitos cotidianos: higiene diária com fio dental e escovação adequada após qualquer ingestão de alimentos; dieta equilibrada, com menos açúcar e mais fibras e visitas regulares ao dentista. Prevenir é sempre a melhor opção.
Até o terceiro mês, as radiografias devem ser evitadas. Depois disso, a gestante pode ser radiografada, desde que use o avental de chumbo e protetor de tireóide (cuidados que devem existir para todos os pacientes).
Da mesma forma, os medicamentos para tratamentos dentários (inclusive a anestesia) podem ser ministrados sem problemas, se dentista e ginecologista estiverem em sintonia para decidir o que a gestante pode tomar. O cirurgião dentista não deve “pedir autorização ao ginecologista” e sim trabalhar em parceria com ele, tomando conhecimento de todo o estado de saúde da gestante. Evitar tratamentos eletivos (clareamento dental, implantes, etc.), fazendo apenas os necessários. O bom senso deve prevalecer. Eles devem ser rápidos, precisos e com a gestante em posição correta.
Apesar do aumento do fluxo sanguíneo e grandes alterações hormonais, é um equivoco acreditar que a gestação sempre causa inflamação na gengiva. São raros os casos de gengivite gravídica, que é uma situação isolada e tratável. A inflamação resulta, na maior parte dos casos, da placa bacteriana formada pela má higienização e dieta inadequada. Estudos mostram que a doença periodontal é um fator que contribui para o nascimento de bebês de baixo peso e de partos prematuros.

Autoria: Dr. Walter Gubeissi Filho, especialista em Endodontia com atuação em Odontologia para gestantes. Cirurgião-dentista da COFA (Clinica Odontológica Fuad Antacli).

Artigo publicado no Jornal da Odontologia – ABO-SP – edição de Janeiro/Fevereiro 2007, página 16. 

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