Embora muitas pessoas defendam a ideia de que não existe fórmula de sucesso, eu acredito que ela exista, sim. É a seguinte: o sucesso pode ser medido pela divisão entre a sua realização e a sua capacidade de realizar (S=R/CP). O resultado desta conta deve estar sempre perto de (ou igual a) 1 (um). Por não podermos realizar (efetivamente) mais do que nossa capacidade, a conta nunca vai ser maior que 1 (um), desde que a capacidade de realização não seja igual a 0 (qualquer número dividido por zero é igual a 1 (matemática avançada). Deste modo, quanto mais distante de 1 (um) for o número resultante, mais infeliz é o profissional.
O fato é que essas duas variáveis possuem características diferentes, sendo que a primeira não está sob o seu controle, mas a segunda está. A capacidade de realizar do Cirurgião Dentista é definida pela sua experiência profissional acrescida da quantidade e qualidade de conhecimentos e habilidades que adquire em livros, artigos, cursos de extensão, especialização, etc.. Com a quantidade de cursos disponíveis, nos mais variados preços, das mais variadas formas (inclusive os não presenciais e os semipresenciais), com a internet, facilidade de acesso a livros, artigos, etc., adquirir (ou construir) conhecimentos e habilidades está no âmbito de decisão da pessoa. Ele escolhe fazer (ou não). É claro que essas escolhas são amparadas por uma série grande de variáveis. Mas, bem ou mal, você decide se deseja ou não, se é sua prioridade ou não, se qualificar.
Com a realização já não é assim. O nosso controle é indireto. Sempre dependemos da vontade dos outros, dos nossos clientes, em nos aceitar-nos como prestadores de serviços, em confiar em nosso trabalho. Além disso, depende, também, de uma série de outros fatores para que ele chegue à sala de atendimento clínico. É preciso uma boa divulgação; um bom atendimento telefônico para que o agendamento da consulta seja feito; ter conveniência para o cliente chegar ao seu consultório; ter recepcionistas treinadas para atender bem e tratar bem; ter atrativos na sala de espera; atender no horário (é mais importante o cliente ver atrativos na sala de espera do que usá-los); só aí, então é que ele vai poder desfrutar da sua capacidade de realização. Só neste momento é que você vai por em prática tudo o que aprendeu sobre a odontologia.
No quesito capacidade de produção, podemos dizer que os profissionais de odontologia estão muito bem preparados. Temos muitos profissionais com grande capacidade de realização. Se é assim, por que muitos desses ainda passam por dificuldades na carreira? Na maioria dos casos a resposta está exatamente no quesito “realização”. A falta de realização, muitas vezes, vem da incapacidade de atrair novos clientes e de modelos de gestão de marketing para manter clientes. Os profissionais de odontologia, via de regra, assim como outros profissionais liberais, preocupam-se muito com as competências essenciais, que são aquelas próprias para o exercício da profissão – o que tem que ser feito, obviamente. Mas, a grande lacuna se dá, exatamente no contexto das competências transversais, que são aquelas que impactam no resultado do profissional, mas que não são ligadas diretamente à profissão. Fazem parte dessas competências transversais as relacionadas à área de gestão (gestão estratégica, de marketing, qualidade, etc.). Alguns, ainda, preocupem-se mais com as transversais (principalmente com a imagem) do que com as essenciais. Esses também erram. E temos aqueles que não se preocupam nem com uma, nem com outra.
Temos, assim, quatro situações:
1) Aquele profissional que não se preocupa nem com as competências essenciais, nem com as transversais: este profissional está literalmente morto para o mercado. Ele nem é visto, tampouco consegue realizar o seu trabalho. Aplicando a nossa fórmula de sucesso, como o dividendo (capacidade de realização) é igual a zero, resulta em infelicidade;
2) O profissional que se preocupa com as transversais, mas não com as essenciais: este provoca desilusão em seu paciente. Ele chega com uma expectativa em função da propaganda, da imagem passada pelo profissional, mas na hora da entrega do trabalho, fica muito a desejar. Da mesma forma que a anterior, aplicando a nossa fórmula de sucesso, o dividendo (capacidade de realização), por ser igual a zero, também resulta em infelicidade;
3) O profissional que se preocupa com as essenciais, mas não com as transversais: este profissional tem uma grande capacidade de realização, mas por não conseguir o número adequado de clientes devido a falhas no processo de gestão de um modo geral e de marketing, acaba não realizando muito, levando o resultado de nossa fórmula do sucesso para um número abaixo de 1, o que causa infelicidade;
4) Aquele profissional que se preocupa e investe equilibradamente nas duas formas de competências, as essenciais e as transversais, de forma que tem uma grande capacidade de realização e, devido a sua estrutura de gestão de trabalho, consegue, também, atingir ótimos resultados, ou seja, realiza muito. Este é o profissional feliz.
2) O profissional que se preocupa com as transversais, mas não com as essenciais: este provoca desilusão em seu paciente. Ele chega com uma expectativa em função da propaganda, da imagem passada pelo profissional, mas na hora da entrega do trabalho, fica muito a desejar. Da mesma forma que a anterior, aplicando a nossa fórmula de sucesso, o dividendo (capacidade de realização), por ser igual a zero, também resulta em infelicidade;
3) O profissional que se preocupa com as essenciais, mas não com as transversais: este profissional tem uma grande capacidade de realização, mas por não conseguir o número adequado de clientes devido a falhas no processo de gestão de um modo geral e de marketing, acaba não realizando muito, levando o resultado de nossa fórmula do sucesso para um número abaixo de 1, o que causa infelicidade;
4) Aquele profissional que se preocupa e investe equilibradamente nas duas formas de competências, as essenciais e as transversais, de forma que tem uma grande capacidade de realização e, devido a sua estrutura de gestão de trabalho, consegue, também, atingir ótimos resultados, ou seja, realiza muito. Este é o profissional feliz.
No fundo, atingir o sucesso é ter atenção ao caminho que tem a percorrer. É preciso pagar o preço. Aliás, o preço vamos pagar de qualquer forma. Ou pagamos o preço do fracasso, ou pagamos o preço do sucesso. Você decide!
*Sobre o autor:
Claudinet Antonio Coltri Junior é palestrante consultor organizacional nas áreas de marketing, estratégica e pessoas; consultor da ABO/MT; coordenador dos cursos MBA Compacto em Administração de Consultório e Formação em ACD (ABO/MT); Coordenador dos Cursos de Gestão da Educação Tecnológica do UNIVAG/MT. E-mail: junior@coltri.com.br; web-site: www.coltri.com.br .
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